A SBR Prime está fazendo o rastreamento de grãos da plantação até a entrega ao porto, com blockchain e IoT, com um sistema que inclui ainda um leilão de fretes que conecta produção e logística. O resultado é um acompanhamento de todo o trajeto da carga, checagem dos veículos que fazem o transporte, maior facilidade para emissão de notas e redução de risco de roubo ou adulteração dos grãos. “Começamos na cadeia de grãos porque é o que tem mais receita e está entre as grandes culturas do país”, disse Eduardo Figueiro, fundador e CEO da empresa durante o 2º Meetup Live Blockmeet MT – Blockchain, IoT e Agronegócio, que aconteceu na terça-feira passada (17). Mas, diz ele, muitas empresas ainda não usam as tecnologias por desconhecimento. Além disso, o próprio Mato Grosso não incentiva o uso de tecnologias criadas no estado. A empresa já tem projetos implantados e diz que continua provocando grandes cias mato-grossenses e grandes tradings. “Não combina produzir muito e não ter tecnologia de ponta”, completou. Sua empresa, diz ele, vai do planejamento agrícola à classificação do produto na saída da porteira. Depois acompanha a parte logística, o que é possível com a parceria feita em 2019 com a Guep, de soluções digitais para transporte. Leilão conecta produção e caminhão “Tudo vira um QR code registrado em blockchain, com dados como o movimento logístico, qual semente está no caminhão – com dados de produção e do produto -, em qual caminhão está e quem é o motorista. Para isso, há uma combinação de blockchain e internet das coisas (IoT). Os dados vêm de aparelhos como drones e câmeras. Todo os sistema inclui um leilão reverso de fretes criado na plataforma. “O dono da carga escolhe quem vai transportar. Isso democratizou o frete com inteligência de dados, além de rastrear o transporte, motorista, veículo, com um machine learning que verifica mais de 400 bases de dados de transporte em 15 minutos”, explicou Figueiredo. Ao abrir a ordem de serviço, o sistema já abre a certificação de grão, com a ida à fazenda para coleta de amostras. O motorista, uma vez escolhido no leilão, recebe informação online sobre onde vai coletar a carga e seu acesso à propriedade é verificado. Dados como nome, número da carteira de habilitação, foto e placa do veículo são verificados com os dados do Denatran por meio de uma câmera na porta de entrada. Nesse momento é que começa a fusão de trabalho com a Guep. Um outro problema que o sistema resolve é o da emissão da nota fiscal na retirada da carga. Como isso nem sempre é possível, muita carga roda sem nota e é trocada por outra de pior qualidade. Para evitar fraudes, há troca de informações com a Secretaria da Fazenda. “Isso tudo permite que a carga siga viagem com documento fiscal e rastreabilidade até o porto”, afirmou Figueiredo.
Por : Claudia Mancini
agosto 24, 2020 11:15
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